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Covid no Brasil, 45 dias depois.

O primeiro óbito oficialmente declarado por COVID no país ocorreu em 17.03.20. Desde então, passados cerca de 45 dias,  fomos bombardeados por notícias, opiniões e "achismos". O objetivo dessa postagem é tentar organizar essa enorme quantidade de informações e tentar antever o que ainda está por vir. 1. A doença é grave. Embora a letalidade não seja alta, o vírus causa muitas alterações no organismo e a cada dia surgem estudos sobre complicações que vão além do quadro pulmonar, com alterações neurológicas e vasculares, por exemplo. Com isso o tempo de internação tende a ser prolongado causando alta ocupação de leitos hospitalares e leitos de UTI. 2. Não existe alternativa ao isolamento social. a propagação do vírus ocorre com muita facilidade. 3. Não existe um tratamento eficaz. Os protocolos utilizados em hospitais incluem antivirais, antibióticos e outras medicações como a cloroquina, mas o que tenho visto é que os resultados variam muito de paciente para paciente.

É hora de se dar valor ao que realmente importa.

Em tempos de COVID 19 diariamente ouvimos manifestações exaltando o trabalho de médicos, enfermeiros e outros profissionais ligados à área de saúde. Os elogios vão desde aplausos na janela em várias cidades do país a declarações emocionadas de políticos de todas as esferas. Como médico já com vinte e cinco anos de formação entendo que tenho o direito de opinar. Não me considero herói por trabalhar e fazer o que gosto. Tenho certeza que a grande maioria dos meus colegas pensa o mesmo. Somos treinados para isso. E muito bem treinados. São seis anos de faculdade e normalmente cinco de residência. Desde o quinto ano de faculdade já existem plantões e a jornada semanal de trabalho as vezes chega a setenta, oitenta horas. Depois da residência não melhora muito. Salários ruins fazem o médico ter vários empregos. Isso acontece também com outros "heróis". Enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos, todos trabalham em vários lugares para sustentar a família. Fora da área da

Vitamina D e infecção por coronavírus

 No início da crise causada pelo coronavírus, principalmente no mês de janeiro surgiram boatos de que a Vitamina D poderia curar pacientes com a doença. Isso foi rapidamente desmentido por profissionais da área de saúde. Porém, há alguns dias foi noticiado que em estudos feitos na Itália, os pacientes mais graves tinham na sua grande maioria deficiência em Vitamina D. Alguns alimentos são ricos em Vitamina D. Podemos citar alguns peixes, como salmão, atum e sardinha, também fígado, gema de ovo, entre outros. A exposição ao sol é fundamental na absorção da Vitamina D. Os horários para melhor absorção estão entre 10 horas da manhã e tres horas da tarde. A Vitamina D é importante para manter ossos e dentes saudáveis. É também associada a prevenção de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. A pergunta é: o uso nesse momento de Vitamina D pode impedir a infecção pelo COVID 19? Na minha opinião a resposta é NÃO! O que ocorre é que pacientes com bons níveis de Vitamina D frequen

Mortes por COVID 19 No Brasil e em outros países

Em tabela divulgada hoje no portal G1 é possível avaliar o contágio por COVID 19 no Brasil em comparação com outros países, entre eles China e Estados Unidos. País Infectados após 1 mês Mortes após 1 mês Infectados até 25/03 Mortes até 25/03 China 9.802 213 81.661 3.285 Coreia do Sul 104 1 9.137 126 Estados Unidos 15 0 65.778 1.041 Itália 1.694 29 74.386 7.503 Brasil* 2.555 59 2.555 59 Fonte: Universidade Johns Hopkins e Organização Mundial da Saúde. *Os números usados pela Johns Hopkins são ligeiramente diferentes do Ministério da Saúde, por conta dos horários de atualização O que chama atenção é que temos um alto número de infectados para este período e o número de mortos nos primeiros trinta dias no Brasil é maior do que na Itália e nos Estados Unidos.  Enquanto nos EUA e na Itália os primeiros casos foram registrados em 22 e 31 de janeiro, respectivamente, no Brasil tivemos o primeiro caso apenas em 26 de fevereiro. Estamos um mês atrás, portanto vam

Mantenha o isolamento proposto pela OMS

Conforme dissemos no post anterior, surgiriam situações motivadas por interesses políticos diversos que poderiam causar dúvidas. Até esse momento o Ministro da Saúde continua sendo a referência dentro do governo e não se pronunciou. As colocações do sujeito que ocupa a presidência no momento devem ser desconsideradas. Talvez mais a frente possam até fazer sentido, mas nesse instante são absurdas. Imagina-se que na semana que vêm os casos terão aumento expressivo e os hospitais começarão a ter problemas sérios com vagas de UTI e respiradores. Por mais difícil que seja do ponto de vista econômico, permaneçam em casa.

COVID19 - PROTEJA-SE.

Em virtude da pandemia pelo novo coronavírus, disponibilizo este espaço para informações que excepcionalmente não estão relacionadas à Urologia. Embora seja possível obter vasta informação nos meios de comunicação, acredito que posso ajudar filtrando tudo que é dito, escrito e falado. Infelizmente, por mais grave que seja a situação, existem interesses que podem atrapalhar a compreensão das pessoas. Vamos ao que realmente importa. 1. A situação é grave. Há cerca de cinco dias morrem centenas de pessoas na Itália todos os dias em virtude do coronavírus. A Itália é um país rico se compararmos ao Brasil e a outros países em desenvolvimento. Não se trata de uma "gripezinha". Pense como se fosse uma pneumonia mais grave que as comuns. Lembre-se que pneumonias matam bem mais que gripe. 2. Procure levar a sério o que dizem profissionais da área médica. Não há nenhum interesse por parte dos médicos em criar alarmismo. 3. Existem políticos com condutas confiáveis. Identifique

O saldo do novembro azul

Amigos, terminado o chamado novembro azul acho pertinente colocar números para mostrar a importância de iniciativas como essa. Atendi no mês que passou um número muito maior de pessoas de idades diversas que nunca tinham ido ao consultório de um urologista. Em alguns casos, pacientes já vieram com exames de sangue solicitados por outros especialistas contendo o Psa . Associando o exame de toque ao Psa e outros dados de anamnese, solicitei biópsias para alguns pacientes . Cinco casos novos de câncer de próstata foram detectados, quatro em estágio inicial e um nem tanto em paciente que nunca havia feito exame. Trata- se de um número significativo. Tenho certeza que esses cinco pacientes não viriam ao consultório num mês normal. Talvez quando resolvessem vir, já teriam doença avançada . Portanto , iniciativas como o novembro azul são válidas no meu entendimento para prevenção de qualquer tipo de câncer .