Covid no Brasil, 45 dias depois.

O primeiro óbito oficialmente declarado por COVID no país ocorreu em 17.03.20.
Desde então, passados cerca de 45 dias,  fomos bombardeados por notícias, opiniões e "achismos".
O objetivo dessa postagem é tentar organizar essa enorme quantidade de informações e tentar antever o que ainda está por vir.

1. A doença é grave. Embora a letalidade não seja alta, o vírus causa muitas alterações no organismo e a cada dia surgem estudos sobre complicações que vão além do quadro pulmonar, com alterações neurológicas e vasculares, por exemplo. Com isso o tempo de internação tende a ser prolongado causando alta ocupação de leitos hospitalares e leitos de UTI.

2. Não existe alternativa ao isolamento social. a propagação do vírus ocorre com muita facilidade.

3. Não existe um tratamento eficaz. Os protocolos utilizados em hospitais incluem antivirais, antibióticos e outras medicações como a cloroquina, mas o que tenho visto é que os resultados variam muito de paciente para paciente.

4. Baseado no que foi dito no item 3. parece haver um componente genético importante que define quem terá um quadro mais grave ou uma evolução mais branda. 

5. Aqueles pacientes com evolução ruim apresentam piora importante à partir do sétimo dia do aparecimento dos sintomas. Por isso é fundamental que aqueles que apresentem os sintomas já conhecidos de tosse, coriza , perda de olfato e febre fiquem atentos para a data de início dos sintomas.

6. Finalizando, baseado em tudo que vi nesse período, o mais importante para o sucesso do tratamento dos quadros mais graves é iniciar o tratamento com suporte de oxigênio e as medicações disponíveis logo que se percebe piora nos sintomas. Melhor explicando, passados 7 dias do início dos sintomas aquele que permanece com febre e apresenta qualquer alteração respiratória mesmo que não caracterizada por falta de ar deve procurar atendimento imediato. muitas vezes quadros assim já tem alterações tomográficas pulmonares importantes que não são condizentes com a pouca sintomatologia.

Estamos entrando no pior período da pandemia aqui no Brasil. Não é hora de relaxar isolamento, não é hora de pensar na economia, não é hora de arriscar.

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